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sábado, 18 de novembro de 2017

PARA ONDE MUDARAM A PETROBRAS?

A área em verde corresponde as áreas entregues e que estão sendo exploradas por empresas estrangeiras. A área em vermelho corresponde a que está sendo explorada pela Petrobras.
A liquidação de ativos da Petrobras, além de se constituir uma perda expressiva de valor dos ativos num momento de discrepância entre vendedores e compradores no mercado de petróleo, é uma estratégia equivocada que ignora mudanças importantes do cenário macroeconômico que devem permitir um maior controle da relação dívida líquida/LTM EBITDA”, revelam os economistas que assessoram a FUP.


Dívida líquida/Ebida é um múltiplo para analisar o endividamento de uma empresa. Existem várias maneiras de analisar o endividamento mas dívida líquida/Ebitda é o mais importante.
O numerador é a Dívida Total da companhia menos o caixa (do Balanço). E o denominador normalmente é o Ebitda acumulado nos últimos 12 meses.
Olhamos a dívida contra o Ebitda, pois o último representa a geração de caixa da empresa que pode ser usada para quitar dívidas. Quanto maior o múltiplo DL/Ebitda mais endividada está a companhia.
Consideramos um endividamento bastante confortável até 2x DL/Ebitda. Acima de 3,5x ou 4x consideramos que o endividamento está muito elevado.
Claro que o múltiplo depende de muitas variáveis, como o custo de dívida das empresas e o momento de mercado. Dado o cenário atual, nos preocupamos mais com empresas endividadas.


Não se deve utilizar o DL/Ebitda sem entender o que acontece com a empresa. Como todo múltiplo, por ser de simples medição, o DL/Ebitda esconde muito do que acontece com as companhias.
VOLUME DE RESERVAS MUNDIAIS DE PETRÓLEO. VÊ-SE QUE A ARABIA SAUDITA É DE LONGE A MAIOR PRODUTORA MAS QUE O BRASIL COMEÇA A APARECER NESSA DISTRIBUIÇÃO.


Para eles, essa “redução draconiana” imposta pelos gestores da Petrobrás força a venda de ativos operacionais, pois desconsidera completamente as mudanças do cenário atual. “Em primeiro lugar, com a queda da inflação, a política de repressão dos preços dos derivados não deve ocorrer. Em segundo lugar, a taxa de câmbio parece não ter espaço para uma nova desvalorização e os preços do petróleo, ao contrário dos últimos anos, devem apresentar um aumento gradual – estimativas apontam que devem se situar próximo a US$ 80 até 2020”, afirmam.




Além disso, a gestão da Petrobrás não leva em conta os efeitos das perdas de caixa nos médio e longo prazos, em função da venda de ativos operacionais lucrativos e da redução de sua participação na exploração do Pré-Sal.

Ao contrário do que afirma Pedro Parente, não seria necessário vender ativos rentáveis para fazer caixa no curto prazo, se a meta da relação dívida líquida/EBITDA fosse alterada para 3,1 em 2018, em vez de 2,5, como revelam estudos recentes. Somam-se a isso, as reservas que a Petrobrás detém no Pré-Sal e que a colocam à frente de outras petroleiras do mundo, em termos de médio e longo prazos, uma vez que detém novas áreas produtoras competitivas que poderão gerar fluxos de caixa futuros.

A decisão de forte des-alavancagem da Petrobrás parece ser uma necessidade não para resolver a situação financeira da companhia no longo prazo, mas para atender aos interesses estrangeiros no tabuleiro geopolítico do petróleo”, conclui o estudo da assessoria econômica da FUP.



16 Novembro
Escrito por Cláudio da Costa Oliveira

O lucro acumulado no período jan/set 2017 de R$ 5 bilhões, só foi possível graças ao resultado contábil com a venda da NTS de R$ 6,9 bilhões.

Meus amigos, pode até parecer brincadeira, mas o assunto é muito sério. Durante a entrevista de divulgação dos resultados da Petrobras no 3º trimestre de 2017, ocorrida nesta segunda-feira (13) o diretor financeiro Ivan Monteiro confirmou o que já sabíamos: “Um market share menor certamente fez com que tivéssemos uma margem menor o que impactou no balanço”. Aliás, temos falado sobre isto desde o ano passado.

O ARAUTO DO DESASTRE

O atual presidente da empresa Pedro Parente procurou disfarçar um pouco mais: “O país vive uma nova realidade que é positiva para o país, mas que sem dúvida impacta os nossos resultados que é o aumento das importações. O nosso market share neste período diminuiu”.

Como assim? Que a política de preços lançada em outubro de 2016 (vide anexo I) com grande estardalhaço midiático prometendo recuperar o market share só serviu para enganar, nós já comentamos muito. Mas, que a nova política iniciada na virada do semestre (exatamente em 30 de junho) prometendo corrigir os erros da primeira versão (vide anexo II) também não funcionou ficamos sabendo agora.

Os prejuízos para a Petrobras são enormes e temos escrito muito sobre isto (vide anexo III)

IVAN MONTEIRO
Até o momento tínhamos alertado que os principais beneficiados desta política eram a Ultrapar (Ipiranga) de onde é originário Ivan Monteiro e a Raizen (Shell).

Agora o blog “O Cafezinho” fez um estudo mostrando o espantoso crescimento das exportações de diesel e gasolina das refinarias americanas para o Brasil no governo Temer (vide anexo IV não deixe de ler).

No período jan/out 2015 os EUA exportaram US$ 1,41 bilhões em diesel e gasolina para o Brasil. Em 2017 neste mesmo período o valor subiu para US$ 4,11 bilhões. Diesel e gasolina passaram ser o principal item da pauta de exportação americana para o Brasil.

Ou seja, a Petrobras está exportando óleo crú, mantendo suas refinarias na ociosidade, e deixando para a Ipiranga e a Shell importarem derivados dos EUA, para distribuição no mercado interno. Com isto é óbvio, como disseram Ivan Monteiro e Pedro Parente, as margens de lucro da companhia diminuíram. Que negócio é este?

E não venham dizer que existe alguma dificuldade em estabelecer os preços internos para combater as importações de terceiros. As siderúrgicas brasileiras fazem isto a décadas sem nenhum problema. E notem que no Brasil existem diversas siderúrgicas, enquanto a Petrobras é uma só. Por outro lado, a logística para importação de aço é muito mais simples que para importação de derivados de petróleo.

A verdade é que isto é uma armação e não pode ser aceita por nenhum brasileiro.

A Petrobras, dentro de condições normais, é uma empresa estruturada para lucrar R$ 5 a 7 bilhões por trimestre.

Hoje o resultado da empresa depende de itens não operacionais.

O lucro acumulado no período jan/set 2017 de R$ 5 bilhões, só foi possível graças ao resultado contábil com a venda da NTS de R$ 6,9 bilhões. A receita e o lucro bruto da empresa só fazem cair (vide anexo V), e vão se estabilizar num patamar muito baixo. As vendas de ativos (Liquigas, NTS etc.etc.) todas empresas altamente lucrativas, não vão mais contribuir para o resultado da holding.

Ricardo Semler, insuspeito tucano, em seu livro “Nunca se roubou tão pouco” (vide ANEXO VI) explica que quando o Brasil não tinha petróleo e muito menos refinarias, a corrupção ocorria na importação da gasolina, onde os políticos recebiam uma comissão sobre tudo que era importado.

Será que a Petrobras está mudando para o passado?

Cláudio da Costa Oliveira

Economista da Petrobras aposentado

Um comentário:

  1. Ótimo artigo. Coincide com o texto outrora publicado (entre os dias 14/11 e 16/11) no site BRASIL 247 e o site AEPET, com mesmo título.

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