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domingo, 23 de dezembro de 2012

TODAS AS RELIGIÕES FALAM DE UMA E DA MESMA COISA. TODAS BUSCAM A DEUS.


divulgador ocidental da
doutrina de KHRISNA
Recentemente tive uma interação com um amigo meu embora não sejamos tão próximos mas gostaria de chama-lo amigo, que é um devoto da filosofia HARE KRISHNA e ele me enviou um livro que eu estou reproduzindo aqui no final dessa matéria. 


Foi com prazer que li todo o livrinho por sinal bem curto e suscinto sobre a filosofia de KHRISNA que é uma filosofia que antecede o Cristianismo em séculos, perdendo-se na noite dos tempos.


Observo entre os Cristãos em geral uma grande rejeição às filosofias Orientais, entretanto não percebem eles que Deus ama por igual a todas as suas criaturas. Ora se Deus enviou Jesus, seu filho amado para resgatar toda a humanidade, será que não teria enviado outros mensageiros a outros povos para transmitir também sua mensagem?

Será que existem coincidências entre a mensagem enviada aos Orientais e as mensagens passadas pelo mestre Jesus aos Cristãos? Por certo que sim, embora a forma seja diferente, a essência é absolutamente igual e resume-se em uma palavra. AMOR.

AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

Ai está TODA A LEI e os PROFETAS.

Por outro lado, KHRISNA tem 5000 anos de existência, portanto está 3000 anos antes de Cristo. Será que os povos que viveram todos esses tempos não teriam nenhuma manifestação de Deus que é eterno, e portanto já existia nesse tempo? Será que nos primórdios da humanidade, Deus deixaria o povo órfão de sua presença e de sua influência? Sem nenhuma mensagem que pudesse dar-lhes um lenitivo de fé e esperança?

Por outro lado, há coincidências entre os ensinamentos de KRISNA e CRISTO? Por sinal nomes ligeiramente parecidos?


Krishna (sânscrito: कृष्ण) é uma figura central do Hinduísmo. Aparece em um amplo espectro de tradições filosóficas e teológicas hindus, sendo retratado em várias perspectivas: como um deus do panteão hindu, como uma encarnação de Vishnu ou ainda como a forma original e suprema de Deus. Krishna é o oitavo avatar de Vishnu.
Embora haja diferenças nas concepções da identidade de Krishna e nos detalhes de sua biografia, alguns aspectos básicos são compartilhados por todas as tradições. Estes incluem um nascimento milagroso, uma infância e juventude pastoris, e a vida como príncipe, amante, guerreiro e mestre espiritual ideais.
As principais Escrituras que discutem a história de Krishna são o Mahabharata, o Harivamsa, o Bhagavata Purana e o Vishnu Purana.
O culto a Krishna pode ser rastreado até meados do século IV a.C. A adoração a Krishna como svayam bhagavan, ou o Ser Supremo, surgiu na Idade Média, no contexto do movimento de bhakti. A partir do século X, Krishna torna-se o assunto favorito em artes cênicas e desenvolvem-se tradições regionais de devoção, como Jagannatha em OrissaVithoba em Maharashtra e Shrinathji no Rajastão.
Desde a década de 1960, a adoração a Krishna espalha-se também no Ocidente, em grande parte devido ao trabalho missionário de Bhaktivedanta Swami e sua Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.

    DESCRIÇÃO DOS SEGUIDORES DA FILOSOFIA 
    Krishna foi um Mensageiro de Deus que viveu na Índia antiga há mais ou menos 5.000 anos. (Portanto 3.000 anos antes de Cristo). Sua Mensagem foi a Mensagem do amor. Ele nasceu numa prisão. Isso foi um sinal para ficarmos sabendo que todos nascemos na prisão do "eu", a prisão deste mundo.



    Krishna escapou milagrosamente da prisão. Se nós tentarmos ser bons, se procurarmos aquilo que é de Deus, nós também conseguiremos escapar da prisão do "eu". Krishna, como todos os outros Manifestantes de Deus, teve de enfrentar as forças do mal. Ele lutou contra o mal e venceu. Não importa quão poderoso seja o mal, o poder da verdade sempre vence. Krishna tornou-se o Rei de Dwarka - que significa a Porta pequena. Ele foi a porta do conhecimento do próprio Deus. Seus ensinamentos foram para o bem do homem. Mas, infelizmente, o homem rejeitou-os.


    Krishna andava triste, pois o povo não o compreendia. Reclamava que seu povo não acreditava n'Ele porque Ele viera em forma humana. Os homens tinham suas próprias idéias sobre Deus e sobre Seu Manifestante. Por isso, quando Krishna afirmava ser o Manifestante de Deus o povo não o aceitava. Não o compreendiam. Eis o que Krishna falou em Seu Livro Sagrado, o Gita:
    "Aqueles que estão iludidos Me desprezam porque me apresento como um corpo humano, desconhecendo Minha natureza divina como o Senhor de toda a existência."
    (Gita IX,11)


    Mesmo o seu discípulo amado, Arjuna, não podia compreender o Poder Divino existente em Krishna. Arjuna não acreditava que o templo do homem pudesse tornar-se a sede do Ser Divino. Dizem que Krishna teve de transformar-se a si mesmo em forma divina para que Arjuna pudesse ver Seu poder e n’Ele acreditasse. Isso significa que Krishna ajudou Arjuna a entender Sua majestade e grandeza espirituais antes que Arjuna pudesse alcançar fé no Senhor.


    A batalha de Kurukshetra modificou-se completamente quando Arjuna se armou para obedecer ao Senhor. Sabemos que essa batalha foi a batalha entre o Bem e o Mal. Os Kauravas, primos dos Pandarvas, começaram-na.

    Arjuna, o mais forte entre os Pandarvas, foi dirigido por Krishna na luta contra o exército das trevas. Krishna foi o condutor da carruagem de guerra de Arjuna, mas este não queria lutar contra seus próprios parentes. Seu amado mestre da infância e seus próprios amigos encontravam-se no exército inimigo dos Kauravas. Arjuna começou a argumentar e largou seu poderoso arco. Mas Krishna insistiu que Arjuna devia submeter-se a Ele e fazer o que Ele lhe dissesse.


    Quando encontramos um Manifestante de Deus e abraçamos a Sua Fé, devemos obedecer aos Seus mandamentos. É isso o que Krishna nos ensina no Gita:
    "Entrega em pensamento todas as tuas ações para Mim, considerando-Me como o Supremo e, buscando firmeza em tua compreensão, fixa teu pensamento constantemente em Mim."
    (Gita, XVIII, 57)


    Krishna foi um santuário de paz. Chamou-nos para Si mesmo, dizendo:
    "Abandona todos os teus deveres, busca-Me para teu abrigo, não te preocupes, pois Eu te livrarei de todos os males."
    (Gita, XVIII, 66)


    Krishna, o Manifestante de Deus, trouxe uma nova civilização para os de Seu tempo. Libertou o homem do mal e salvou-o do sofrimento. Assegurou aos Seus seguidores que no futuro novamente Deus manifestar-se-ia para repetir o que 
    Krishna tinha feito, isto é, guiar os povos errantes do mundo diretamente ao caminho de Deus.

    Disse Ele:


    "Sempre que houver declínio da retidão e a injustiça triunfar, ó Barta (Arjuna), então Eu Me manifestarei para proteger o Bem, destruir o Mal e para restabelecer a Justiça. Eu Me manifesto de tempos em tempos."
    (Gita, IV, 7, 8)

As linhas gerais do ensinamento védico são as seguintes:

  • Acreditam os seguidores de KHRISNA que a partir do momento em que o ser humano inicia o que eles chamam de SERVIÇO DEVOCIONAL AO SENHOR DEUS a manifestação divina imediatamente se manifesta nele e ele se torna PERFEITO, abandonando de imediato as suas más condutas e tornando-se iluminado. Uma das formas de se atingir essa iluminação é o canto do MANTRA HARE KHRISNA, cantado de coração e de forma sucessiva. Esse tem o poder de iluminar aquele que o faz. (Se o mantra não for cantado de coração ele definitivamente não operará essa iluminação) O mantra é o que é mostrado na ilustração a seguir:


  • Há a indicação de se iniciar uma espécie de celibato no qual as linhas principais são: Abstinência de sexo ilicito. (O sexo lícito é permitido, mas sómente aquele  feito entre conjuges legalmente casados), abstinência de carne, abstinência de jogos de azar, não intoxicação alimentar.
  • Há exortação a prática de caridade, (ATOS PIEDOSOS), tolerância, Controle mental.
Nada muito diferente do Cristianismo. O Cristianismo diz que aquele que acredita em Jesus Cristo é nova criatura. A partir do momento que há o que eles chamam de CONVERSÃO o homem é nova criatura. Deus então nele se manifesta. O Espírito Santo se move nesse novo homem pois passa a ser a morada do Espírito Santo. Então nova criatura é. Essa conversão só é possível quando esse homem abre o coração para Jesus e ele então entra e se torna então nova Criatura.

  
O canto do MANTRA é apenas uma manifestação da vontade de se aproximar de Deus, o que no caso se manifesta em forma de uma cantiga que tem uma força pois atrai uma egregora.


Egrégora, ou egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, Velar, vigiar), é como se denomina a entidade criada a partir do coletivo pertencente a uma assembléia, ou seja, é um campo de energia criado no Plano Astral a partir da energia emitida por um grupo de pessoas através dos seus padrões mentais e emocionais.
EGREGORA

Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoros, estes estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembléias religiosas, gerado pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.

Assim, todos os agrupamentos humanos possuem seus egrégoros característicos: as empresas, clubes, igrejas, famílias, partidos etc., onde as energias dos indivíduos se unem formando uma entidade (espírito) autônomo e mais poderoso (o egrégoro), capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Em miúdos, um egrégoro participa ativamente de qualquer meio, físico ou abstrato.

Quando a energia é deliberadamente gerada, ela forma um padrão, ou seja, tem a tendência de se manter como está e de influenciar o meio ao seu redor. No mais, os egrégoros são esferas (concentrações) de energia comum. Quando várias pessoas tem um mesmo objetivo comum, sua energia se agrupa e se "arranja" num egrégoro. Esse é um conceito místico-filosófico com vínculos muito próximos à teoria das formas-pensamento, onde todo pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo cosmo.

Podemos exemplificar o egrégoro analisando um hospital. O principal objetivo dos que ali estão é promover a cura (independente de um êxito ou não) ou serem curados; portanto, um hospital carrega consigo um "egrégoro" que busca a cura. Aonde está esse egrégoro? No chão, nas paredes, no nome, recebendo e influenciando o espírito dos freqüentadores do hospital, dos funcionários, dos pacientes e visitantes. Muitas mentes voltadas para um único objetivo, eis a concentração de energia!

Da mesma maneira, uma missa, um encontro de algumas pessoas (ou muitas) voltadas para promover um mesmo fim (a cura de alguém, o fim de um problema e a superação de uma perda) tem um grande poder de formação de egrégoros.

Um egrégoro se caracteriza, em última análise, pelo espírito formado pela congregação, maior do que a soma de seus membros e cujas existências são cruciais para a sua formação.


MAHATMA GHANDI

  • Outrossim, a prática da caridade, da tolerância, do amor ao próximo, do auto-controle, são em geral linhas mestras do Cristianismo comuns às filosofias Orientais. MAHATMA GHANDI já dizia. Amo o seu Cristo, mas não concordo com os Cristãos. (Porque os Cristãos matavam em nome de Cristo e não seguiam os ensinamentos de Cristo.) A sociedade pecaminosa, impia ocidental diz-se Cristã.
Os Cristãos em geral e particularmente concordam com tudo, mas não com relação ao consumo de carne erradamente, pois não aconselham-se na própria Bíblia. Veja algumas passagens:

Ouve tu, filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coração.
Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. 
Porque o beberrão e o comilão acabarão na pobreza; e a sonolência os faz vestir-se de trapos. 

Provérbios 23:19-21
_______________________________________________________
Deus falando a Moisés
 Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis;
Porém pode-se usar da gordura de corpo morto, e da gordura do dilacerado por feras, para toda a obra, mas de nenhuma maneira a comereis;
 Porque qualquer que comer a gordura do animal, do qual se oferecer ao SENHOR oferta queimada, a pessoa que a comer será extirpada do seu povo.
E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de gado.
 Toda a pessoa que comer algum sangue, aquela pessoa será extirpada do seu povo.

Levítico 7:22-28
OBS: A proibição não se estende aos peixes. 

Posteriormente, porque o povo de Israel não suportasse viver sem carne, Deus permitiu o uso ca Carne.


COMER CARNE
Quando o SENHOR teu Deus dilatar os teus termos, como te disse, e disseres: Comerei carne; porquanto a tua alma tem desejo de comer carne; conforme a todo o desejo da tua alma, comerás carne. Deuteronômio 12:20


Acredito que KHRISNA tenha sido um dos primeiros enviados de Deus a nós que vivemos na terra, e por isso acredito em todas as linhas do livro, mas assim como Deus provávelmente tenha enviado KHRISNA para revelar suas verdades, também enviou outros emissários em diferentes tempos. Enviou provávelmente BUDHA, JESUS e os profetas que foram muitos em todos os tempos.



KHRISNA, BUDHA e JESUS foram os expoentes máximos, assim como creio que JESUS foi sem dúvida o maior de todos. Baseio-me em suas palavras: "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM". Dessa forma isso o coloca como unico caminho ao PAI.


Alguém pode contestar essas palavras de Jesus como se fosem uma esperteza de sua parte, querer ser o UNICO CAMINHO, entretanto esse tipo de coisa não poderia se coadunar com um espírito de tal elevação e tal magnanimidade. Seria impossível para um espírito de tal perfeição um gesto tão mesquinho, dessa forma só podemos toma-lo como verdade. Portanto ele é de fato O CAMINHO.


Há quem afirme que KHRISNA e JESUS CRISTO tenham sido o mesmo espírito, porque KHRISNA e JESUS diziam-se o próprio Deus.


Além desse fato há outro que corrobora nosso parecer e já que estamos aqui falando de todas as religiões e já fizemos alusão à filosofia HARE KHRISNA e ao CRISTIANISMO de forma geral (JÁ QUE O CRISTIANISMO ENGLOBA UMA INFINIDADE DE RELIGIÕES), faremos alusão aqui ao ESPIRITISMO KARDECISTA que no seu livro de codificação principal que é o livro dos espíritos, ALLAN KARDEC faz uma pergunta aos espíritos venerandos e lhes pergunta:

625 Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?
RESPOSTA 
– Jesus.
JESUS
Quem era o judeu que há cerca de dois mil anos atrás andou pela Palestina? ensinou, curou, perdoou e, por fim, morreu na cruz. Ele era um judeu entre judeus. Vestia-se como judeu, alimentava-se de pão, vinho, peixe, frutas, típica alimentação judaica da sua época. Participava das festividades do seu tempo, de fato, ele era o cumprimento destas festas. participou de casamentos, visitou amigos, aprendeu o ofício do seu pai terreno, era carpinteiro. Tradições do segundo século, colocadas por Justino o Mártir, diz que Ele era visto com uma apara de madeira atrás da orelha, símbolo do ofício de carpintaria. Ele sem dúvida falava o aramaico e o hebraico. Conhecia a Torá. Teve alguns irmãos. Morava em uma casa simples, em forma de um cubo. Nasceu em Belém, porém, foi criado em Nazaré da Galileia, daí o seu apelido : galileu. Usava barba, costume judaico, cabelo relativamente longo, uma túnica sem costura. Sua pele era provavelmente muito bronzeada pelo sol palestino. Nunca escreveu um livro. Nunca saiu para viajar pelos rincões do mundo. Não frequentou as escolas filosóficas gregas. Satirizou Herodes Antipas, chamando-o de aquela raposa. Ficou calado diante de Pilatos, quando este o interrogou-o. Cumpriu a profecia: como um cordeiro mudo diante de seus tosquiadores. Seu nome é usado por muitos atualmente, para manipular as massas. Irou-se diante da mercantilização da fé, no templo. Fato que se repete hoje em dia. Era o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. É a verdade em forma de pele e de nervos, a verdade com cara de gente e cheiro de judeu suado. A sua ressurreição é a garantia da ressurreição de muitos. Este é Jesus.
Como se vê a resposta dos espíritos venerandos foi curta e sussinta. Sem margem à dúvidas. Eles poderiam dizer Jesus e Budha e também Khrisna, mas não. eles disseram apenas JESUS.

Mas quem eram esses espíritos venerandos que responderam a ALLAN KARDECK no livro dos espíritos, para que tenham credibilidade?


Kardec e os Espíritos 
Em 1855, Hippolyte Léon Denizard Rivail, professor francês de aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, foi convidado por um amigo seu a ver de perto estas manifestações que ocorriam nos salões da capital francesa.
MESAS GIRANTES

Rivail era discípulo de Pestalozzi, chamado de pai da pedagogia moderna, e casado com Amélie Gabrielle Boudet. Nascido em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, já ouvira sobre o assunto das mesas girantes e não entendia bem o que estava acontecendo. Homem criterioso, Rivail não se deixava levar por modismos e como estudioso do magnetismo humano acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual.

O professor então participou de algumas sessões, e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes.

Rivail presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra. Foi então, que uma das mensagens foi dirigida ao professor. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina .

Atento aos dizeres do Espírito, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida. 

ESPIRITO DE VERDADE
O Espírito de Verdade disse-lhe ser de uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a promessa de Jesus, no Evangelho de João, capítulo XIV; versículos 15 a 26: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".
Através dos Espíritos, Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores foi um sacerdote druida, de nome Allan Kardec. 

Foi então que resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da nova doutrina, que viria a se chamar Doutrina Espírita ou Espiritismo. Kardec assim procedeu para que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador, quem estivesse divulgando. Mas sim, que todos os que tivessem contato com a boa nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse.
Dessa forma os Espiritas creem que as revelações feitas no livro dos espíritos, tratam das revelações que Jesus prometeu que faria à humanidade por meio do espírito da verdade que ele prometeu que enviaria a humanidade para relembrar o que havia ensinado e para revelar novas verdades.

Evidentemente os Cristãos não aceitam isso. Creem que o Espírito Santo já havia se manifestado em Pentecostes e esse "ESPÍRITO DA VERDADE" ali já se havia manifestado. Entretanto naquela ocasião ele não trouxe "NOVOS ENSINAMENTOS" como prometera Jesus.

Seria então o chamado Espiritismo Kardecista um embuste criado por "SATANÁS"(ACUSADOR) como afirmam principalmente as religiões evangélicas? Sobre isso nós podemos buscar na própria Biblia e nas palavras de Jesus orientações à respeito.

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Mateus 7:15-20

Aqui Jesus fala sobre os FALSOS PROFETAS. Aqueles que dizem vir da parte de Deus mas só o fazem para enganar. Se os olharmos mais detidamente perceberemos neles algum fruto proveniente de suas ações, como é o caso do GURU das Estrelas que na Década de 60 que pregava o vegetarianismo, fazia apologia da abstenção alimentar, mas no seu quarto escondido comia um belo bife. Ou seja enganava.

Podemos citar também certos "PASTORES" que fundam seus templos apenas para obter vantagens materiais em detrimento de alguns seguidores cegos. São LOBOS em meio a ovelhas.

Ao contempla-los com olhar crítico veremos que não são humildes, que são avaros, que não seguem os ensinamentos de Jesus, e que não cultivam o amor ao próximo. 

Pelos seus frutos os conhecereis.

Vamos então lançar um olhar sobre o Espiritismo Kardecista. Quais seriam os frutos que o Espiritismo Kardecista que diz vir da parte de Deus, teria a nos oferecer? São avaros? Não.
Ninguém é obrigado a doar nada nem dar nada para ser recebido em um templo Espírita. Só dá o que quiser e achar justo e ninguém precisa ficar sabendo quanto deu ou se deu. São orgulhosos? Não. Não tem sacerdotes nem chefes e nem alguma figura que poderiam tomar como santo. Não cultivam quadros de figuras ou santos em suas paredes. Todos são irmãos do mais humilde ao mais instruido. Cultivam a humildade e principalmente a caridade, traduzida em amor ao próximo. Procuram socorrer os mais pobres e os mais humildes e estar sempre abertos ao sofrimento dos seus irmãos sejam de que credo ou natureza forem. Procuram cultivar todos os ensinamentos do mestre Jesus.

Óbvio e evidentemente os Espíritas não são perfeitos e individualmente apresentam imperfeições, mas reconhece-se um bom espírita pelo seu empenho em domar as suas imperfeições.

Bem! Então estando certos e concordes que JESUS é a VERDADE conforme disse em suas palavras, retomemos o nosso estudo comparativo com a filosofia HARE KHRISNA. Mas antes vamos a algumas reflexões.

O JESUS DAS RELIGIÕES DO MUNDO


Em nosso mundo ocidental pós-cristão, observamos uma confusão entre religião e filosofia de forma que a linha entre as religiões não é mais tão distinta. Por exemplo, no final de seu livro Vivendo o Buda, vivendo o Cristo, Thich Nhat Hanh, monge budista, afirma: “Quando alguém é verdadeiramente um cristão feliz, então também é um budista.
E vice-versa”.

1
Exemplos desse tipo de pensamento nas fileiras cristãs foram expostas pela St. Francis Chapel [Capela de São Francisco], na Santa Clara University, que tem uma prática semanal de “plena atenção e meditação zen” e a exortação do padre jesuíta Robert E. Kennedy a seus alunos: “Peço aos alunos que confiem em si mesmos e desenvolvam sua própria autossuficiência por intermédio da prática Zen”.

2
BUDHA
Marcus Borg, controverso estudioso de Jesus e professor de filosofia e religião na Oregon State University, diz.
Ambos, “Jesus e Buda, eram mestres de sabedoria” e conta a seus alunos que “se Jesus e Buda pudessem se encontrar, nenhum tentaria converter o outro — não porque eles considerariam a tarefa impossível, mas porque eles reconheceriam um ao outro”.

Isso ocorre principalmente porque a mensagem de um era exatamente a mensagem do outro e vinham do mesmo pai que é Deus.

Similaridades entre os dois personagens:

1. Os dois jejuaram por quarenta dias
2. Os dois foram tentados pelo demônio
3. Os dois se referiam a si mesmos como luz
4. Os dois ensinaram o perdão e a “amar os inimigos”.


A DOUTRINA MUÇULMANA

PROFETA MAOMÉ
De acordo com o islamismo. A doutrina muçulmana nega que Jesus morreu na cruz e ressuscitou dos mortos. Antes, os muçulmanos acreditam que ele ascendeu de volta ao céu na expectativa de retornar à terra de novo, em uma data futura, para converter o povo a adorar Alá.


Correspondências entre as crenças do Hinduísmo e do Cristianismo: 




  • - Uma recompensa futura no paraíso ou punição no inferno. 
  • - Um dia de julgamento. 
  • - Uma ressurreição geral. 
  • - A necessidade do arrependimento pelos pecados. 
  • - A salvação requer a fé no Salvador. 
  • - Uma crença em anjos e espíritos maus. 
  • - Uma crença que doenças e enfermidades são causadas por maus espíritos. 
  • - Uma guerra no passado entre maus e bons anjos no paraíso. 
  • - Livre-arbítrio.  
  • - Seus textos religiosos falam de "cegos guiando cegos", "um novo céu e uma nova terra", "água viva", "todas as escrituras são dadas por inspiração de Deus", "todas escrituras servem para a doutrina",etc. 
  • - As duas religiões discutem o jejum, e o renascimento.



EM RELAÇÃO À DOUTRINA HARE KHRISNA


Existe na Índia um livro que sua idade se perde nas noites dos tempos e é muito anterior à Biblia, este livro é o “Bhagavad-Gitâ” e narra a criação do mundo.

Incrível é como a história de Krishna se parece com a do Cristo. Não queremos dizer que sejam as mesmas pessoas e, muito menos, que o Evangelho haja sido copiado daquele, porque aí surgiriam outros Renans e diriam que àquele é que havia sido copiado do Evangelho. 

Sem o objetivo de querer fazer uma analogia, mas apenas o de demonstrar o que poderíamos chamar de um fenômeno, se o mesmo houvesse ocorrido. Coincidência, também não nos parece ser a hipótese provável. A verdade é que o Cristo realmente só surgiu cerca de cinco séculos depois dos escritos sobre Krishna.

Swami Vivekananda (1863-1902), em sua obra “Epopéias da Índia Antiga” (editora O Pensamento, S. Paulo: 1948, pp. 70-83), expli-ca: 
“A figura central do Bhagavad-Gitâ é Krishna. Assim como os cristãos adoram a Jesus de Nazaré, como encarnação de Deus, também os hindus adoram várias encarnações de Deus, em instrutores que de tempos a tempos aparecem, segundo as necessidades do mundo para manter a justiça e destruir a maldade.” (...) “O livro que relata sua vida (de Khrisna) conta com milhares de anos de antiguidade e em algumas passagens oferece assombrosa semelhança com episódios da vida de Jesus de Nazaré.” 
  • - "O objetivo do nascimento de Krishna foi trazer a vitória do bem sobre o mal." 
  • - Krishna "veio à terra para limpar os pecados dos seres humanos." 
  • - "Krishna nasceu quando seu pai Nanda estava na cidade para pagar os impostos para o rei." 
  • - Yeshua (JESUS) nasceu enquanto seu pai, José, estava na cidade para o censo que houve para "que todo mundo pudesse pagar impostos." 
  • - Jesus é lembrado por ter dito: "seu voce tiver a fé do tamanho de uma semente de mostarda você dirá para a montanha se eleva e lançar-se ao oceano".
  • - Krishna é lembrado por ter erguido uma pequena montanha.
O ESPIRITISMO


É necessário salientar que Allan Kardec tudo observou: leu Renan, estudou os Vedas, o Bhagavad-Gitâ e os Evangelhos, e então, conforme o ensinamento trazido pelos Espíritos escreveu “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. E nessa extraordinária obra do pensamento humano, como que preservando a Doutrina Espírita de futuras interpretações intempestivas, definia:


“Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: 
  • os atos comuns da vida do Cristo;
  • os milagres; 
  • as predições; 
  • as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; 
  • e o Ensino Moral”.

E Kardec, finaliza, elucidando:

“As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável”.

A Moral Espírita está baseada exclusivamente na última parte do Evangelho, classificada por Kardec. E este ainda alerta, dirimindo todas as divergências:

“Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram das questões dogmáticas. Aliás, se o discutissem, nele teriam as seitas encontrado sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo”.

Na verdade Todas as doutrinas com excessão de algumas vertentes do Ilamismo pregam o perdão, o amor a si mesmo, o amor ao próximo, e o amor a Deus. Tudo isso pode se resumir em AMOR. A condenação ao ódio, a violência, aos gozos materiais e a exaltação dos gozos espirituais é uma constante em todas as religiões que pretendem em ultima análise o religamento ao pai que é Deus.

DIVERGÊNCIAS ENTRE AS DOUTRINAS CRISTÃS E O HARE KHRISNA

Deus ao criar os homens os criou únicos. São todos individualidades. Não existem dois iguais, assim como não existem duas folhas absolutamente iguais em toda a natureza, e como tudo o que é único e diferente, cada um tem o seu livre arbítrio. Cada um é livre para pensar e seguir o caminho que desejar em seu coração.

Todos os homens tem dentro de si a centelha divina. Por isso Jesus declarou. "VÓS SOIS DEUSES". Porque criados à imagem e semelhança de Deus, somos filhos do pai e temos dentro de nós todo o potencial do pai. Só que esse potencial, essa centelha para desabrochar precisa que nós todos alcancemos à perfeição.

Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? João 10:33-36
É por isso que Jesus declara. SEDE PERFEITOS, como PERFEITO é o meu pai que está nos céus. 

Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.Mateus 5:48

Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.2 Coríntios 13:11


Entretanto a perfeição tal como a perfeição de Deus, não é uma tarefa para uma vida só. É tarefa para a eternidade. Para a vida eterna. Por isso Deus ofereceu ao homem o planeta terra e os mundos mais adiantados e também os mais atrasados. porque nesses mundos nós poderemos no decorrer da eternidade ir conquistando a perfeição.

Por isso Deus deu ao homem a ilusão da matéria. Deus é supremamente sábio. Não iria dar ao homem algo que fosse para o prejudicar. Se ele o dá é com algum objetivo maior. Esse objetivo é dar ao homem as ferramentas para que ele atinja a perfeição.

Dentro de cada homem existe uma consciência que pode ou não ser entorpecida por crenças, costumes e comportamentos, mas ela está sempre lá e é o melhor guia para dizer ao homem o que é certo e o que é errado.

A perfeição no entanto não ocorre por passe de mágica. Você pode tomar a resolução de ser perfeito daqui para diante, mas se você não for como de fato não será, diante do primeiro obstáculo ou do último obstáculo, deixará escapar a sua verdadeira natureza, a sua imperfeição. A terra não é um planeta de seres perfeitos, a não ser os que aqui vem em missão como Jesus. Portanto todos os que você vê ao seu redor não são perfeitos. Alguns podem ser mais adiantados e outros mais atrasados, mas ninguém é perfeito.

O que os HARE KHRISNA propõem é fazer um atalho. Atingir de imediato a perfeição sem ter que passar pelos ciclos de dor, experimentação e sofrimento que a maioria das criaturas humanas precisam passar para atingir a perfeição. Abdicar de toda e qualquer ambição material e concentrar-se no que eles julgam importante que é a ambição espiritual. Entrar em um estado de intima e profunda comunhão com o pai que é Deus.

Isso é possível? Sim se você realmente o desejar, porque tudo o que o homem deseja profundamente lhe é possível, tendo em vista que a mente humana tem um grande poder e esse poder é ainda mais amplificado quando auxiliado pelas entidades espirituais que devotam a nós também um profundo amor que são os anjos. Entretanto será que teremos realmente atingido a perfeição se não passamos pelos ciclos comuns a todos os seres humanos? Será que se sofressemos uma grande prova sobreviveriamos? É possível que sim mas também é possível que não.

Os evangélicos conhecem a história do Anjo Caido que se chamava Lúcifer. Era o mais perfeito dos Anjos no lar em que habitava na pátria espiritual em que se encontrava.

Embora os evangélicos contam essa história, com profundidade, ela não está bem detalhada na Bíblia, mas com certeza, os detalhes estão nas escrituras. Não na Bíblia mas em um dos evangelhos que não fazem parte da Bíblia. O Gênesis Apócrifo. A seguir irei expor algumas passagens desse livro que irão ilustrar essa história para nossa reflexão.

Envangelhos do Mar Morto

Pseudo-Epígrafo de Gênesis
Livro de Melquisedeque
A Criação do Universo II

Pseudo-Epígrafo de Gênesis
O tão acalentado sonho do Criador se concretizara. Agora, como Pai carinhoso, conduzia as criaturas através de uma eternidade de harmonia e paz. Em virtude do cumprimento das leis divinas, o Universo expandia-se em felicidade e glória.

Havia um forte elo de amor, que a todos unia fortemente. Os seres racionais, dotados da capacidade de um desenvolvimento infinito, encontravam indizível prazer em aprender os inesgotáveis tesouros da Sabedoria divina, transmitindo-os aos semelhantes. Eram como canais por meio dos quais a Fonte da Eterna Vida nutria a todos de amor e luz.


Em Jerusalém, os ministros do reino reuniam-se ante o soberano Rei, sempre prontos a cumprir os Seus propósitos. Era através de Lúcifer que o Eterno tornava manifesto os Seus desígnios. Depois de receber uma nova revelação, ele prontamente a transmitia às hostes angelicais. Estas, por sua vez, a compartilhavam com a criação. Em célere vôo os anjos rumavam para as terras planetas capitais, onde, em grandes assembléias, reuniam-se os representantes dos demais mundos.

Em muitas dessas assembléias, Lúcifer fazia-se presente, enchendo os participantes de alegria e admiração. Perfeito em todas as virtudes, ele os cativava com sua simpatia. Nenhum outro anjo conseguia revelar como ele os mistérios do amor do Eterno.

 O Universo, alimentando-se da Fonte da Vida, expandia-se numa eternidade de perfeita paz. A obediência às leis divinas era o fundamento de todo progresso e felicidade. Ainda que conscientes do livre-arbítrio, jamais subira ao coração de qualquer criatura o desejo de se afastar do Criador. Assim foi por muito tempo, até que tal problema irrompeu na vida daquele que era o mais íntimo do Eterno. Lúcifer, que dedicara sua vida ao conhecimento dos mistérios da luz, sentiu-se aos poucos atraído pelas trevas.

O Rei do Universo, aos olhos de quem nada pode ser encoberto, acompanhou com tristeza os seus passos no caminho descendente que leva à morte. A princípio, uma pequena curiosidade levou Lúcifer a se aproximar daquele abismo profundo. Contemplando-o, ele começou a indagar o porquê de não poder compreender o seu enigma.


Retornando a seu lugar de honra, junto ao trono, prostrou-se ante o divino Rei, suplicando-Lhe:
- Pai, dá-me a conhecer os segredos das trevas, assim como me revelas a luz.
Ante o pedido do formoso anjo, o Eterno, com voz expressiva de tristeza, disse-lhe:
- Meu filho, você foi criado para a luz, que é vida.

Convencendo-se de que o Criador não lhe revelaria os tesouros das trevas, Lúcifer decidiu compreender por si mesmo o enigma. Julgava-se capacitado para tanto.

Só Deus sabia o que se passava no coração de Lúcifer. O anjo, que fora criado para ser o portador da luz, estava divorciando-se em pensamentos do bondoso Criador que, num esforço de impedir o desastre, rogava-lhe permanecer a Seu lado.

Uma tremenda luta passou a travar-se em seu íntimo. O desejo de conhecer o sentido das trevas era imenso, contudo, os rogos daquele amoroso Pai, a quem não queria também perder, o torturavam. Vendo o sofrimento que sua atitude causava ao Criador, às vezes demonstrava arrependimento, mas voltava a cair.

Antes de criar o Universo, Deus já previra a possibilidade de uma rebelião. O risco de conceder liberdade às criaturas era imenso, mas, sem este dom, a vida não teria sentido.

Ele queria que a obediência fosse fruto de reconhecimento e amor, por isso decidiu correr o grande risco.

Ainda que prosseguisse na busca do sentido das trevas, Lúcifer não pretendia abandonar a luz. Esforçava-se para chegar a uma combinação entre essas partes que, no reino do Eterno, coexistiam separadas.

Lucifer
Finalmente, com um sentimento de exaltação, concebeu uma teoria enganosa, que pretendia apresentar ao Universo como um novo sistema de governo, superior ao governar do Eterno. Denominou sua Lei "a ciência do bem e do mal".

Estruturada na lógica, a ciência do bem e do mal revelou-se atraente aos olhos de Lúcifer, parecendo descerrar um sentido de vida superior àquele oferecido pelo Criador, cujo reino possibilitava unicamente o conhecimento experimental do bem. No novo sistema, haveria equilíbrio entre o bem e o mal, entre o amor e o egoísmo, entre a luz e as trevas.


Ao longo do tempo em que amadurecera em sua mente a ciência do bem e do mal, Lúcifer soube guardar segredo diante do Universo. Continuava em seu posto de honra, cumprindo a função de Portador da Luz. Contudo, por mais que procurasse fingir, seu semblante já não revelava alegria em servir ao Eterno.

O divino Rei, que sofria em silêncio, procurava, por meio de Suas revelações de amor, preparar as criaturas racionais para a grande prova que se aproximava. Sabia que muitos dariam ouvido à tentação, voltando-lhe as costas. A noite da provação faria sobressair, contudo, os verdadeiros fiéis - aqueles que serviam ao Criador não por interesse, mas por amor.

Ao ver que a hora da prova chegara, e que Lúcifer estava pronto para traí-Lo diante do Universo, o Eterno, que jamais cessara de revelar os tesouros de sua sabedoria, tornou-se silencioso e contemplativo. O silêncio fez reviver no coração das hostes a lembrança daquela primeira excursão sideral, quando, depois de lhes mostrar as riquezas do reino da luz, Deus tornou-se silencioso ante aquele abismo. Lembram-se de Suas palavras: "Todos os tesouros da luz estarão abertos ao vosso conhecimento, menos os segredos ocultos pelas trevas. Sois livres para me servirem ou não. Amando a luz estareis ligados à Fonte da Vida".

Lúcifer, que passara a cobiçar o trono de Deus, indagou-Lhe o motivo de Seu silêncio. O Criador, contemplando-o com infinita tristeza, disse-lhe: "É chegada a hora das trevas. Você é livre para realizar seus propósitos".
Vendo que o momento propício para a propagação de sua teoria havia chegado, Lúcifer convocou os anjos para uma reunião especial. As hostes, desejosas de conhecer o significado do silêncio do Pai, tomaram seus lugares junto ao magnífico anjo, que sempre lhes revelara os tesouros do reino da luz.

Lúcifer começou seu discurso exaltando, como de costume, o governo do Eterno. Num amplo retrospecto, lembrou-lhes as grandiosas revelações que os enriquecera em toda aquela eternidade.

O silêncio divino, apresentou-o como sendo a indicação de que o Universo alcançara a plenitude do conhecimento oriundo da luz. Silenciando, o Eterno abria-lhes caminho para o entendimento de mistérios ainda não sondados, mantidos até então além dos limites de Seu governo.

Surpresas, as hostes tomaram conhecimento da experiência de Lúcifer sobre as trevas. Com eloqüência, ele falou-lhes da ciência do bem e do mal, indicando-a como o caminho das maiores realizações.

O efeito de suas palavras logo se fez sentir em todo o Universo. A questão era decisiva e explosiva, gerando pela primeira vez discórdia. Os seres racionais, em sua prova, tinham de optar por permanecer somente com o conhecimento da luz, o qual Lúcifer afirmava haver chegado ao seu limite, ou se aventurar no conhecimento da ciência do bem e do mal. No começo, os anjos debateram-se diante da questão, sendo logo depois todo o Universo posto à prova. Dir-se-ia que a ciência do bem e do mal haveria de arrebanhar a maior parte das criaturas, mas, aos poucos, muitos que a princípio se empolgaram com a teoria, despertaram para a ilusão da mesma, reafirmando sua fidelidade ao reino da luz. Ao fim desse conflito, que se arrastou por longo tempo, revelou-se um terço das estrelas do céu ao lado de Lúcifer, e as restantes, ainda que abaladas pela prova ao lado do Eterno.

A ciência do bem e do mal fora apregoada por Lúcifer como um novo sistema de governo. Mas como exercê-lo, se o Eterno continuava reinando em Sião? O conselho, formado pelos anjos rebeldes, passou a tratar disso. Decidiram, finalmente, solicitar-Lhe o trono por um tempo determinado, no qual poderiam demonstrar a excelência do novo sistema de governo. Caso fosse aprovado pelo Universo, o novo sistema se estabeleceria para sempre; caso contrário, o domínio retornaria ao Criador.

Foi assim que Lúcifer, acompanhado por suas hostes, aproximou-se d'Aquele Pai sofredor, fazendo-Lhe tal pedido.

O Eterno não era ambicioso, apenas queria bem às Suas criaturas. Se a ciência do bem e do mal consistisse realmente num bem maior, não Se oporia à sua implantação, cedendo o trono a seus defensores. Mas Ele sabia que aquele caminho conduziria à infelicidade e à morte.
Movido por Seu amor protetor, o Criador desatendeu o pedido das hostes rebeldes, que se afastaram enfurecidas.

Lúcifer e suas hostes passaram a acusar o divino Rei, proclamando ser o seu governo de tirania.
Afirmavam ser sua permanência no trono a mais patente demonstração de Sua arbitrariedade. Não lhes concedera liberdade de escolha? Por que neutralizá-la agora, impedindo-os de pôr em prática um sistema de governo superior?

As acusações das hostes rebeldes repercutiram por todo o Universo, fazendo parecer que o governo do Eterno era injusto. Isto trouxe profunda angústia àqueles que permaneciam fiéis ao reino da luz. Não sabendo como refutar tais acusações, essas criaturas, emudecidas pela dor moral, ansiavam pelo momento em que novas revelações procedentes do Criador pudessem aclarar-lhes os mistérios desse grande conflito.

As acusações e blasfêmias das hostes rebeldes alcançavam o ponto culminante quando o Eterno, num gesto surpreendente, ergueu-se de Seu trono, como que pronto a deixá-lo. Os infiéis, na expectativa de uma conquista, aquietaram-se, enquanto um sentimento de temor penetrava no coração dos súditos da luz. Entregaria Ele o domínio de toda a criação, para livrar-Se das vis acusações? De acordo com a lógica a partir da qual Lúcifer fundamentava seus ensinamentos, não restava outra alternativa ao Criador. Nesta tremenda expectativa, o Universo acompanhava os passos de Deus.

Num gesto de humildade, o Criador despojou-Se de Sua coroa e de Seu manto real, depondo-os sobre o alvo trono. Em Seu semblante não havia expressão de ressentimento ou ira, mas de infinito amor e tristeza.
Com solenidade, o Eterno proclamou que o momento decisivo chegara, quando cada criatura deveria selar sua decisão ao lado da luz ou das trevas. Numa ampla revelação, alertou para as conseqüências de um rompimento com a Fonte da Vida.
Lúcifer e seus seguidores estavam conscientes da seriedade daquele momento.

Vendo que o Trono permanecia vazio, Lúcifer e suas hostes, dominados pela cobiça, romperam definitivamente com o Criador
Ao ver um terço dos súditos transpor as divisas da eterna separação, Deus deixou extravasar a dor angustiante que por tanto tempo martirizava Seu coração, curvando-Se em inconsolável pranto. Contemplando Seus filhos rebeldes, ergueu a voz numa lamentação dolorosa: "Meus filhos, meus filhos! Já não posso chamá-los assim! Queria tanto tê-los nos braços meus!

Lembro-Me quando os formei com carinho! Vocês surgiram felizes e perfeitos, em acordes de esperança em eterna harmonia! Vivi para vocês, cobrindo-os de glória e poder! Vocês foram a minha alegria! Por que seus corações mudaram tanto? O que mais poderia eu ter feito para fazê-los permanecer comigo? Hoje minh'alma sangra em dor pela separação eterna! Como olharei para os lugares vazios onde tantas vezes rejubilantes ergueram as vozes em hosanas festivas, sem me vir à mente um misto da felicidade e dor?! Saudade infinita já invade o meu ser, e sei que será eterna!

Hoje o meu coração rompeu e quebrou-se; as cicatrizes carregarei para sempre!

Depois de proclamar em pranto tão dolorosa lamentação, o Eterno, dirigindo-Se a Lúcifer, o causador de todo o mal, disse: "Você recebeu um nome de honra ao ser criado. Agora não mais o chamarão Lúcifer, mas Satã, O Senhor das Trevas".

Depois de lamentar a perdição das hostes rebeldes, o Eterno, em lentos passos, ausentou-se do jardim do Éden, lugar do trono Universal.. Onde seria agora a Sua morada....

As hostes fiéis acompanharam reverentes os Seus misteriosos passos de abandono, que pareciam descerrar um futuro difícil, de sofrimentos e humilhações. Ocupariam os rebeldes o divino trono, profanando-o como domínio do pecado? Esta indagação torturava o coração dos súditos do Eterno.

Deixando Sua amada Cidade, o Senhor da luz conduziu-Se, em meio às glórias do Universo, em direção do abismo imenso, a respeito do qual silenciara até então. Ali deteve-Se mais uma vez, emudecido, enquanto parecia ler nas trevas um futuro de grandes lutas. Ante o sofrimento do Eterno, expresso na tristeza de Seu semblante, os fiéis puderam finalmente compreender o significado daquele misterioso abismo: consistia numa representação simbólica do reino da rebeldia. 

-Você pode ler a história completa de Lúcifer em Isaías 14 ; Ezequiel 28:13-19; e Apocalipse 12:4-12.

Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte.
Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.

Isaías 14:12-15

Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirá. 
Ezequiel 28:13-19

E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.
E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;
Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.
E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.
Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo. 
Apocalipse 12:4-12
Por que Lúcifer se rebelou tornando-se o diabo? Ele cria que poderia se tornar Deus, assentar-se em Seu trono, a despeito do fato de que foi Cristo que o criou (ver João 1:3) e deu-lhe tudo, incluindo a liberdade de escolha e a posição de querubim chefe junto ao trono (Ezeq. 28:14 e 15) e, portanto, possuía grande autoridade.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 
João 1:1-3
Lúcifer era o ser criado mais exaltado no Universo. Ele deveria sentir gratidão e saber que Aquele que o criou era o Criador e não o ser criado. A criatura nunca poderá se tornar o criador. No entanto, foi isso o que Satanás buscou ser. O orgulho é cego. Assim, o pecado, que é rebelião contra Deus, teve suas raízes na exaltação pessoal e dependência de si mesmo. Lúcifer sabia que dependia de Cristo para sua vida (ver Sal. 36:9),
Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz. 
Salmos 36:9
 
no entanto sempre enfatizava o “eu”, em atitude de independência (a idéia aparece cinco vezes em Isa. 14:13 e 14).
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.

Isaias 13 e 14

OBS: Nesse ponto cabe uma ressalva:  Pode uma coisa que é perfeita, vir a tornar-se imperfeita? Se é perfeita, é porque nela não será possível encontrar-se imperfeição. Se veio a tornar-se imperfeita é porque tinha um defeito, Tinha um quê, um senão. ORGULHO? Tudo o que é orgulhoso é imperfeito. Tudo o que é vaidoso é imperfeito. O ser Vaidoso pode ser considerado perfeito, até que se o ponha a prova, quando então irá revelar-se. O maior exemplo disso é Jesus, que morrendo na Cruz não renegou sua missão sendo humilde e manso de coração, apesar de ter todo o poder. Agora, será que um ser vaidoso e orgulhoso poderia ocultar esse defeito? Poderia ele Lucifer ocultar esse defeito aos olhos de Deus que tudo sabe e está em todos os lugares? Ele que o havia criado? Portanto tudo isso pode ter sido um plano de Deus que é sábio e que portanto permitiu tudo isso com algum propósito. UMA ARVORE BOA NÃO PODE DAR MAU FRUTO E VICE VERSA.
A rebelião de Lúcifer não foi pública de início. Começou em sua mente. É aí onde iniciam todos os pecados. O pecado não é apenas o ato exterior, é o pensamento interior. Lúcifer se tornou Satanás na mente. Ele ponderou a respeito da posição ocupada por Cristo e passou a invejá-Lo. Queria tomar o trono dAquele que recebera o trono e passou a odiá-Lo. O ódio contra alguém é assassinato (ver I João 3:15),
 Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. 
1 João 3:15 
...e é por isso que Deus o chamou de assassino e mentiroso desde o início (ver João 8:44).
Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. 
João 8:44

A inveja e o ódio de Satanás por Cristo levaram-no a lançar uma campanha de desinformação contra Ele entre os anjos (ver Apoc. 12:10).
E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite
Apocalipse 12:10

As Escrituras dizem a respeito de Satanás: “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ezeq. 28:15 e 16).
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.

Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. 
Ezequiel 28:15-16

A palavra hebraica para “maldade” é rekullah, que significa “comércio” ou “negócio”. Como salientou Richard Davidson: “comércio propagado” referindo-se a bens ou à maledicência. Aqui Satanás propagou a maledicência entre os anjos a respeito de Deus. A controvérsia cósmica se propagou com a maledicência, caluniando como injusto o caráter de Deus.
Cabe aqui outra ressalva. Demonstra-se que Lucifer carregava dentro de si várias imperfeições. Assassino, mentiroso, caluniador, egoista, invejoso, violento, orgulhoso, vaidoso e sendo tudo isso, como não pôde ser percebido no ceu?  Um ser assim demonstraria o seu caráter mesmo contra a vontade nos seus menores atos, por mais que o tentasse esconder ou disfarça-lo. E mais, como poderia ocultar isso de Deus que o conhecia no seu íntimo. Que tinha contados os fios de cabelo de sua cabeça? Mais uma vez parece evidente que tudo era um plano do Altissimo.
Satanás, de forma silenciosa e sediciosa, invadiu a paz e a alegria do Céu com o egoísmo. “Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44).
 Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. 
João 8:44 
Satanás reivindicou ser a melhor opção para governar o Céu. Sua influência permeou o paraíso como o câncer. Um terço dos anjos sucumbiram a seus enganos e lançaram sua sorte com ele (ver Apoc. 12:4).
E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. 
Apocalipse 12:4

Tristemente são proferidas as palavras: “Como você caiu dos Céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à Terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração: Subirei aos Céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo” (Isa. 14:12-14).
          
Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!


E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte.
Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.

Isaías 14:12-15

Satanás queria assumir o lugar de Cristo. Desejava ser igual a Ele na posição, não no caráter. Seu desejo de poder era movido por motivos egoístas. Queria ser Deus. Não surpreende que tenha instado Cristo, no deserto, a prostar-Se e adorá-lo! (Ver Mat. 4:8 e 9).
 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 
Mateus 4:8-9
 OBS: Se Jesus tinha vindo da parte do pai, conhecia toda a glória dos céus. Como poderia ele ambicionar ou mesmo querer a glória dos reinos desse mundo? E outra, se ele disse a Pilatos "Tu não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado pelo meu pai que está nos céus", então ele tabém sabia que a glória dos reinos desse mundo, é dada pelo pai que é Deus, logo saberia também que o Diabo não poderia dar glória nenhuma. Vejo essa tentação como de resto todas as outras extrememente infantis. Um estelionato muito pueril. Um insulto à inteligência de Jesus.
Satanás, o príncipe deste mundo
Depois que foi expulso do Céu, Satanás colocou seu foco no planeta Terra com o fim de levar a raça humana a se rebelar contra Deus (ver Gên. 3:1-5).
Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 
Gênesis 3:1

Satanás sabia que Deus havia dado a todas as criaturas, angelicais e humanas, a liberdade de escolha.

Foi o mau uso dessa liberdade que levou Lúcifer e seus anjos a se rebelarem e agora ele empregaria a mesma técnica com nossos primeiros pais. Adão e Eva, feitos à imagem de Deus (ver Gên. 1:26 e 27), eram seres livres.
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 
Gênesis 1:26-27

Podiam conversar com Deus, e Deus esperava que servissem e obedecessem voluntariamente e por amor. Novamente o mau uso da liberdade por parte de Adão e Eva levou-os e a toda a humanidade a serem escravos do pecado e de Satanás. Deus sabia que a liberdade era um risco, mas valia a pena correr esse terrível risco visto que no fim da história todos os seres criados escolherão livremente seguir a Cristo para sempre.

Deus advertiu Adão e Eva de que podiam morrer caso comessem do fruto proibido (ver Gên. 2:16 e 17). Mas Satanás, na forma de uma serpente, disse a Eva: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal” (Gên. 3:4 e 5). Eva duvidou da palavra de seu Criador e aceitou a palavra do tentador.

Desta forma, por meio de Adão e Eva o pecado entrou no mundo, e toda a humanidade caiu presa dele e de seus efeitos (ver Rom. 5:12).
Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. 
Romanos 5:12

Por conseguinte, Satanás pretendia ser o senhor da Terra (ver Jó 1:7).
Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. 
Jó 1:7

Jesus chamou-o de “príncipe deste mundo” (João 12:31),
 Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. 
João 12:31

e Paulo rotulou-o como “O deus desta era” (II Cor. 4:4). Como príncipe e deus deste mundo, Satanás reivindicou a raça humana como lhe pertencendo. Mas Cristo veio a este mundo para reconquistar o mundo perdido.
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 
2 Coríntios 4:4




O livro de Jó apresenta-nos as “Nações Unidas” cósmicas onde Adãos de diferentes mundos vêm para o concílio cósmico. Esses representantes vêm como líderes de um mundo. Cristo criou cada um desses mundos e cada Adão (ver João 1:1-3), também chamados de “filhos de Deus” (Jó 1:6).
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 

João 1:1-3


E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 
Jó 1:6
 

Cada um domina sobre seu mundo, assim como foi dado a Adão e a Eva o domínio deste mundo (ver Gên. 1:26).
 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. 
Gênesis 1:26

Mas Adão e Eva perderam sua posição que, devido ao pecado, foi usurpada por Satanás. Portanto, ele compareceu ao concílio. “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles” (Jó 1:6, ERAB).
E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 
Jó 1:6
 

No Concílio Cósmico, Cristo perguntou a Satanás: “Observaste a Meu servo Jó? Por que ninguém há na Terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1:8, ERAB). Esta é uma prova daquele que livremente seguia a Cristo, na controvérsia cósmica. O livro de Jó revela o drama dessas perguntas, e pode-se imaginar que os anjos e habitantes de todos os mundos observavam para ver se Jó permaneceria fiel a Cristo.

Cristo permitiu que Satanás matasse e destruísse sua família e seus bens (ver Jó 1:6-20).
E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.

Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.

E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.

Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde?

Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.

Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.

E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.

E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito,

Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles;

E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei 
para trazer-te a nova.

Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova.

Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.

Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,

Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.

Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou. 
Jó 1:6-20
 
Em vez de blasfemar contra Deus, Jó “levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se rosto em terra, em adoração, e disse: Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor. Em tudo isso Jó não pecou e não culpou a Deus de coisa alguma” (Jó 1:20-22).

Em outra reunião do concílio (ver Jó 2:1 e 2), Cristo perguntou novamente a Satanás a respeito de Jó. “Pele por pele!, respondeu Satanás. Um homem dará tudo o que tem por sua vida. Estende a Tua mão e fere a sua carne e os seus ossos, e com certeza ele Te amaldiçoará na Tua face” (Jó 2:4 e 5)
 E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR.
Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. 
E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. 
Então Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 
Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! 
Jó 2:1-5
.

Novamente Cristo permitiu que Satanás provasse Jó. “Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça” (Jó 2:7). Em meio a tudo isso Jó permaneceu fiel a Cristo e foi por Ele felicitado (ver Jó 42:7), sendo-lhe devolvida duas vezes mais a prosperidade que tinha antes (ver Jó 42:10).
Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. 
Jó 2:7

Sucedeu que, acabando o SENHOR de falar a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. 
Jó 42:7
E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.
Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro.
E assim abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
Também teve sete filhos e três filhas.
E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque.
E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
E depois disto viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.
Então morreu Jó, velho e farto de dias. 
Jó 42:10-17
Jó é um tipo de todos os que serão salvos. Cada um testemunha ao Universo a respeito da justiça de Deus. Paulo tinha uma compreensão clara a esse respeito. O propósito de Deus era que “mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o Seu eterno plano que Ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Efés. 3:10 e 11).

Portanto, a visão mundial bíblica é muito mais do que salvação humana. Ela diz respeito à controvérsia cósmica da qual a salvação dos seres humanos é apenas uma parte. É fácil para os cristãos pensarem que tudo se centraliza na Terra e, em certo sentido, isso é verdade, porque aqui é o teatro no qual a controvérsia está se desenrolando. Mas o interesse no que acontece aqui não está confinado a este mundo e Céu.

A Escritura é clara quanto ao fato de que Cristo criou os mundos (aviw/naj – aionas, plural, Hebreus 1:2, era ou mundos,2 traduzido “mundos” na tradução inglesa King James e “Universo”, na Nova Versão Internacional). Estes e os anjos não caídos vêem, com grande interesse, o andamento do conflito cósmico na Terra. 



Façamos agora uma reflexão sobre essa história.

O que é a perfeição?
Podemos chamar Jesus de perfeito? Com certeza, nós o chamaremos assim, porque ante nós ele é perfeito, porém em um momento especial Jesus não se achou perfeito. Foi quando disse ao moço rico. "POR QUE ME CHAMAIS BOM? BOM SÓ EXISTE UM QUE É O MEU PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS."

Mas se Jesus não se achava perfeito, os anjos do céu também não deveriam ser, e tinham livre arbítrio. Seria então possível que um anjo usando do seu livre arbítrio, cometesse atos impiedosos? Sim era possível, tanto que ocorreu. Lucifer que conhecia todos os segredos do altíssimo rebelou-se contra ele.

Ao rebelar-se tornou latente várias imperfeições. Primeiramente foi DESLEAL, em segundo lugar foi ORGULHOSO, em terceiro lugar foi AMBICIOSO, em quarto lugar foi CRUEL, INGRATO, MAU e além de outras qualidades negativas que pudéssemos imputar-lhe, a principal foi que deixou de ser sábio, pelo princípio básico que diz. "O TEMOR DO SENHOR É O PRINCÍPIO DA SABEDORIA".


O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. 

Provérbios 1:7

Será que Lucifer em algum momento pensou que Deus que é ONIPOTENTE, ONIPRESENTE e ONISCIENTE, ou seja, TUDO PODE, ESTÁ EM TODOS OS LUGARES e TUDO SABE, não conhecia, não sabia o que ia no seu coração? Será que ele pensou que poderia destituir Deus de seu trono e vencer uma rebelião no céu? Mais curioso é que no céu não é possível esconder nada. O que se pensa está ali expresso na luminosidade que parte de si. Deus poderia ver isso a todo momento.

Provavelmente Lucifer ENLOUQUECEU ou não prestou atenção naquilo que ensinava, ou esqueceu-se que fora o próprio Deus que o criara. Como poderia ele rebelar-se contra o Criador? Provavelmente o orgulho e a vaidade o cegaram.

Portanto façamos uma reflexão. Ao sermos criados "PERFEITOS" tendo livre arbítrio, não poderemos resvalar para a imperfeição, já que está em nós escolher sempre entre o bem e o mal, já que esse é o princípio do livre arbítrio?

Ou se chegarmos a perfeição de forma rápida sem passarmos pelos ciclos de aprendizado, não corremos o risco, devido ao LIVRE ARBÍTRIO de em algum momento resvalarmos para aigum ato de imperfeição que irá arrastar-nos para as trevas?

Por outro lado, atingindo a perfeição por uma sucessão de erros e acertos, caminhando lentamente da infância até a maturidade, apesar de termos o livre arbítrio não ficará então assegurado em nós a perfeição porque conhecemos o lado mau e não o desejamos do fundo do coração já que teremos atingido a luz por nosso próprio esforço? 

Fica então aqui essa reflexão para meditar-mos.


Muito Além da Liberação
Filosofia Hare Khrisna




Muito Além da Liberação
Livro baseado nos ensinamentos milenares
dos textos sagrados da Índia
Adaptação de comentários de
Shri Shrimad Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
O expoente máximo da sabedoria védica no mundo atual
Copyright © 2010 by Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Título em inglês:
“Beyond Liberation”
Tradução: Mahakala dasa (Marcio Lima Pereira Pombo)
Revisão: Krsna Jivani devi dasi (Laura Pires Camargo)
Arte e diagramação: Jay Krishna dasa (Wallace Ponte)
Apoio: Sri Gauravani Gaudiya Matha, Jagannatha Espaço Védico e Madana-gopala dasa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
BIBLIOTECA MUNICIPAL MARIETTA TELLES MACHADO

M181m Maharaja, Bhaktivedanta Narayana Gosvami.
Muito Além da Liberação / Bhaktivedanta Narayana Maharaja -
Rio de Janeiro: IGVI, 2010
30 p.:il

Tradução de: Beyond Liberation
Adaptação de comentários de Shri Shrimad Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
ISBN 978-85-6366-301-6
1. Vedas. 2. Filosofia hindu. I. Título
CDU: 294.118
Convidamos os leitores interessados no assunto deste livro a visitarem nossos sites:
www.purebhakti.com
www.bhaktibrasil.com
www.gauravani.com.br


IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil 2010


  • Introdução
  • O despertar da consciência
  • Onde devemos depositar nosso amor e
  • confiança?
  • As conquistas materiais não são o objetivo final
  • O caminho da liberação
  • Observando o tempo
  • Muito além da liberação
  • Que é amor verdadeiro?
  • O caminho do amor divino
  • Onde podemos encontrar esta força
  • A quem podemos amar e com quem podemos
  • estabelecer um relacionamento?
  • Como meditar
  • Conclusão




Shrila Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja
Shrila Narayana Maharaja nasceu em 1921 às margens do
sagrado rio Ganges, em Bihar, Índia. Mestre auto-realizado na
sucessão discipular Vaishnava que remonta ao próprio Krishna,
Shrila Maharaja é um profundo conhecedor das escrituras
sagradas da Índia e já traduziu ao híndi mais de trinta obras
clássicas em sânscrito e bengali, as quais enriqueceu com seus
próprios comentários. Esta obra extraordinária tem servido para
preservar os ensinamentos dos antigos Vedas, e tanto seus
livros como suas palestras vêm sendo traduzidos para diversos
idiomas.

Shrila Narayana Maharaja ensinou a filosofia Vaishnava por
toda a Índia durante mais de quarenta anos, antes de viajar ao
Ocidente pela primeira vez em 1996. Desde então, já deu a volta
ao mundo mais de trinta vezes, seguindo os passos de seu
mestre espiritual instrutor e amigo íntimo Srila A.C.
Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o famoso pregador mundial
da doutrina Gaudiya Vaishnava e fundador da Sociedade
Internacional da Consciência de Krishna.
Como mestre espiritual autêntico e auto-realizado, Shrila
Narayana Maharaja vem proporcionando vivificante orientação e
amoroso refúgio a quantos acodem a ele, e, mediante seus
livros e turnês mundiais, tem purificado a todos os buscadores
sinceros da verdade com sua companhia e realizações divinas.



Prefácio
Os Vedas são as escrituras milenares da Índia, as quais contêmtoda a sabedoria conhecida pelo homem. Inclusive, todos os campos do conhecimento até agora explorados pela raça humana têm origem nesta vastíssima literatura. Estes livros respondem às perguntas da humanidade quanto à busca da felicidade por meio do gozo dos sentidos, da conquista da salvação ao se alcançar a liberação do ciclo de nascimentos e mortes (nirvana) e do caminho da auto-realização pela prática do serviço devocional puro a Deus.

Os Vedas explicam as qualidades pessoais e impessoais de Deus, bem como Suas múltiplas e variadas energias. O conhecimento constante nestes antiqüíssimos livros cuja origem perde-se no tempo foi transmitido, sem adulteração, pelo próprio Deus ao mestre espiritual, deste ao discípulo e assim por diante, formando-se uma corrente ininterrupta de mestres e discípulos autorealizados.

As escrituras védicas apresentam conclusões acerca de toda sorte de assuntos – podemos inclusive obter a resposta para satisfazer nosso anseio frustrado de experimentar felicidade eterna. Os membros da sociedade atual sofrem em virtude da dor e da confusão, das rixas e das relações tensas, da cobiça material e da hipocrisia. No esforço empreendido na luta pela vida, muitos de nós procuramos ver as coisas da perspectiva correta, no entanto, mesmo desejando conhecer uma realidade superior, é comum sermos desencaminhados por nossos sentidos descontrolados e por nossa ignorância.




Introdução

O propósito deste livro é descrever os três processos diferentes
seguidos para se alcançar a felicidade nesta vida. A maioria das
pessoas busca o prazer no que vê diante dos seus olhos – ou seja,
no mundo externo dos objetos –, tentando satisfazer todos os
desejos solicitados pelo corpo. A segunda fórmula de obter prazer
é renunciar por completo ao mundo material e refugiar-se na paz
interior da alma. E a terceira – a menos seguida de todas – se
pratica quando a alma desperta e cultiva seu relacionamento eterno
com Deus.
A história a seguir nos ensina que, ao desejar alcançar qualquer
uma destas três metas, devemos seguir um processo em particular,
da mesma forma que, para sermos advogados, precisamos estudar
Direito.




Você pode me mostrar Deus?

Havia um rei na Índia que queria ver Deus. Sabendo da erudição de
seu primeiro ministro, mandou chamá-lo e lhe perguntou:
- Você pode me mostrar Deus e dizer-me o que Ele faz?
Apesar de todo seu conhecimento, naquele momento o ministro
não soube o que responder, e por isso pediu ao rei um prazo de
três dias para pensar e dar-lhe a resposta. O rei assentiu, mas
advertiu-o de que, caso sua resposta não fosse satisfatória,
deixaria de confiar nele.
Já em casa, o ministro pôs-se a consultar seus livros na esperança
de achar a resposta à pergunta do rei. Dois dias depois, ainda não
conseguira nada. Percebendo a aflição do pai, seu filho de cinco
anos aproximou-se dele e perguntou-lhe:
- Por que está triste, papai?
- Não encontro uma resposta apropriada a uma pergunta que o rei
me fez, e perderei a confiança dele se fracassar.
- Que pergunta? indagou o filho.
- Você não entenderia, filho. Não se preocupe.
O menino insistiu tanto que por fim o pai lhe contou tudo.
- O rei quer ver Deus e saber o que Ele faz. Já pesquisei todas as
escrituras, mas ainda não achei nada convincente.
O menino sorriu e disse:
- É muito fácil. Quando for ao palácio amanhã, diga ao rei que a
resposta é tão simples que mesmo seu filhinho a conhece.
O primeiro ministro lançou um olhar cético para o filho, mas este
continuou insistindo.
- Não se preocupe, papai – prometo que não o decepcionarei.
O despertar da consciência

O ministro, de tão desesperado, não viu outro remédio senão
aceitar a proposta do filho. Quando os dois foram juntos ao palácio
na manhã seguinte, o rei os recebeu e perguntou outra vez ao
ministro:
- Querido ministro, você pode me mostrar Deus e dizer-me o que
Ele faz?
O ministro respondeu humildemente:
- Majestade, é uma pergunta tão simples que até meu filhinho
conhece a resposta.
Surpreendido, o rei voltou-se para o menino e lhe disse:
- Muito bem, você pode me mostrar Deus e dizer-me o que Ele
faz?
- Majestade, para tal, preciso de um vaso de leite – respondeu o
menino. Apesar de estranhar aquele pedido, o rei mandou trazerem
a jarra de leite.
Em seguida, perguntou o menino:
- Majestade, há manteiga neste leite?
- Claro que há manteiga no leite – declarou o rei após pensar por
um instante.
- O senhor pode me mostrar a manteiga?
- Sim – respondeu o rei –, mas, para se poder ver a manteiga,
primeiro é preciso bater o leite.
- Exato – disse o menino –. Também para se ver a Deus é preciso
primeiro seguir um processo. Sem um processo de prática
espiritual não podemos ver a Deus, do mesmo modo que não
podemos ver a manteiga sem antes seguirmos o processo de bater
o leite. Se seguimos este processo divino, Deus Se manifesta para
nós.
O rei ficou encantado com aquela explicação tão lógica e
maravilhosa.
- E você pode me dizer o que Ele faz?
- O senhor me faz perguntas como se fosse meu discípulo e eu,
seu mestre – observou o menino –, mas está sentado num trono e

eu, no solo. Por educação, sua alteza deveria adotar a posição mais
humilde e eu deveria estar sentado na mais elevada.
Dando-se conta da verdade das palavras do menino, o rei
levantou-se do trono e sentou-se no solo. Assim, o menino subiu
ao trono e concluiu:
- É isto que Deus faz. Dependendo dos resultados de nossas
atividades, às vezes Ele nos coloca em posição superior e outras
em posição inferior, logo, às vezes nascemos em família abastada e
outras em família humilde. Deus faz com que aconteçam estas
mudanças dependendo da vida que levamos.
O rei ficou tão satisfeito com aquelas respostas que as proclamou
em todo o reino e encheu o ministro e seu filhinho de presentes
valiosos!

Tal qual nesta narração, sabemos que, querendo alcançar algum
objetivo, precisamos seguir um processo. Observamos regras,
sejam elas costumes sociais, leis, valores nacionais ou o que
nossos pais nos ensinaram na infância. Ao longo da vida, aderimos
aos ensinamentos de nossos professores, à tradição e ao que
aprendemos nos livros escolares e, se resolvemos não seguir nada
disso e nos deixamos levar pelos impulsos de nossa mente,
podemos vir a ter problemas com as autoridades e sofrer as
conseqüências.

Somos almas livres pelo fato de podermos escolher livremente em
que autoridade depositar nossa confiança. E, sem dúvida, nos é
mais conveniente seguir o conhecimento mais puro e nos deixar
orientar pela autoridade máxima, porque só assim atingiremos um
estado de consciência mais elevado e pleno de paz.

Ao longo da história, os filósofos idealizaram diferentes soluções
para os problemas da vida, mas, por mais sensatos que sejam seus
argumentos, nenhum deles mostra um caminho tão convincente
nem tão amplo como aquele oferecido pelas antigas escrituras
védicas da Índia. Por milhões de anos e desde o princípio dos
tempos, este conhecimento – cuja origem é o próprio Deus – vem
sendo transmitido em sânscrito (o idioma mais antigo que existe)
de mestre a discípulo sem sofrer alterações de espécie alguma.
Baseando-nos nele, vamos apresentar agora uma análise do
objetivo mais elevado que o ser humano pode alcançar.

As escrituras védicas chegaram à conclusão de que, consciente ou
inconscientemente, todas as pessoas procuram atingir um de três
objetivos. Estes objetivos e os processos a serem seguidos para
atingi-los poderiam ser resumidos da seguinte maneira:
A maioria das pessoas segue o caminho que busca a felicidade por
meio da satisfação dos desejos relacionados ao corpo. Em
sânscrito, gozo material chama-se bhukti.

Alguns trilham o caminho da liberação dos sofrimentos deste
mundo e querem saborear os prazeres do eu interior. Em sânscrito,
liberação chama-se mukti.
Onde devemos depositar nosso
amor e confiança

Finalmente, bem poucos seres humanos querem servir a Deus com
devoção amorosa e pura. Em sânscrito, serviço devocional chamase
bhakti, ou bhakti-yoga, que literalmente significa “união com a
Pessoa Suprema”.

Analisando com cuidado a afirmação anterior, concluiremos que a busca

de todo ser humano se reduz exclusivamente a uma destas três
motivações.

As coisas materiais podem nos proporcionar felicidade plena? Lograr a
felicidade através do bem-estar econômico é o primeiro objetivo
mencionado nas escrituras védicas. Qualquer pessoa pode obter prazeres
sensuais temporários (riqueza, fama, prazer físico etc.) sempre que assim
o ambicione com intensidade suficiente. As escrituras védicas explicam
claramente o método adequado para esta conquista. De fato, certos
textos da literatura védica tratam exclusivamente do modo pelo qual se
podem alcançar estes bens materiais, não apenas neste planeta, como
também em planetas superiores.

Quem não teve a fortuna de ouvir falar de metas espirituais mais
elevadas buscará, é lógico, os prazeres densos do corpo e o mero
desfrute sensual. Este mundo material está projetado de forma que
se possa desfrutar com os sentidos materiais: os olhos, a língua, os
ouvidos, o estômago, os órgãos genitais... A imensa maioria das
pessoas empenha todos os seus esforços em obter estes prazeres
efêmeros, mas acaso têm sucesso em seu intento? Conhecemos
alguém que seja feliz o tempo todo? Há pessoas bem pobres que só
alcançam pensar nos aspectos básicos da sobrevivência (como
alimento, roupa ou moradia) e que experimentam felicidade ao
conseguir, por exemplo, um pedaço de pão. Um homem rico pode
experimentar este mesmo nível de felicidade ao comprar um iate
novo. Se pararmos para pensar, constataremos que a felicidade do
rico não é muito superior à do pobre.

Qualquer que seja a situação em que estejamos, sempre haveremos
de querer ser mais felizes e será difícil nos contentarmos em
aceitar as coisas que se nos apresentam. O problema é que na
realidade nunca logramos dar prazer duradouro e real ao corpo e
aos sentidos materiais, uma vez que estes não são eternos e, mais
cedo ou mais tarde, estão fadados a desaparecer. No entanto, a
alma, a qual é nossa identidade autêntica, é eterna e vive
incentivando-nos a que mergulhemos em nós mesmos e nos
vinculemos à nossa natureza mais elevada. Só nesta dimensão é
que poderemos encontrar a verdadeira felicidade.

Afortunadamente, há pessoas que compreendem o efêmero das
conquistas materiais e, em algum momento de suas vidas, começam a
buscar uma autoridade espiritual que lhes possa guiar a um nível de
consciência mais profundo. Quando isto acontece, talvez elas ouçam
trechos de escrituras como o Bhagavad-gita (5.22), onde se diz:
“Uma pessoa inteligente não se envolve com as fontes da miséria,
ocasionadas pelo contato com os sentidos materiais. Ó filho de
Kunti! Estes prazeres têm começo e fim, de modo que o sábio não se
deleita com eles.”

Ao nos darmos conta do fato de os prazeres terrenos não serem
capazes de nos proporcionar felicidade real e duradoura, vemos
despertar em nosso íntimo o desejo de livrar-nos por inteiro desses
persistentes desejos materiais e sair, assim, do ciclo de ações
constantes e de consequências, ora agradáveis, ora desagradáveis.

A cada ação corresponde uma reação igual e oposta, como no caso
do movimento do pêndulo, oscilando primeiro para um lado e em
seguida para o outro. Por mais felizes que acreditemos ser em um
dado momento, a tristeza nos aguarda na curva da esquina. Somos
como as crianças, que num estalo de dedos passam do sorriso ao
pranto. Mesmo que boas ações nos proporcionem resultados
prazerosos, a felicidade delas decorrente também é passageira e,
terminada, volta a tristeza. Deste modo, concluímos que a única
meta que vale a pena almejar é a de liberarmo-nos deste ciclo de
ação e reação, pois o caminho material não proporciona prazer
perdurável, nada mais sendo que a causa de nossa escravidão.
Tudo que esteja sujeito à deterioração é material, e não espiritual.

As conquistas materiais apenas nos conferem felicidade débil e
passageira. Segundo nos revelam os Vedas, somos algo mais que
este corpo material – somos as almas eternamente alegres que
moram dentro do corpo, motivo pelo qual nenhum prazer externo e
temporário poderá trazer-nos felicidade real.
Se meditarmos um pouco nestas coisas, nossa visão se ampliará e
talvez queiramos adotar um caminho de contemplação interior. Como
seres inteligentes que somos, por que contentar-nos com menos?
As conquistas materiais não são
o objetivo final

Por que ninguém quer morrer? Conforme afirmam os Vedas, por
constituição, a alma é eterna – não morre nunca. Também dizem
que a alma é plena de bem-aventurança, e por isso o desejo de
buscar nossa verdadeira natureza, saturada de felicidade, é algo
inerente a nós. A alma, por natureza, quer viver em paz no eterno
presente, livre da dualidade de passado e futuro e do fardo dos
desejos materiais. No entanto, a natureza da mente descontrolada é
bem outra: vive inquieta, cheia de desejos, e fazendo planos
constantes para desfrutar no futuro. Em razão disto, o caminho
pelo qual nos livramos dos sofrimentos e das penalidades deste
mundo nos parece tão atraente. De fato, muitos perseguem este
objetivo e chegam a realizar práticas muito rigorosas no intuito de
alcançá-lo.

Resolver adotar o caminho que conduz à liberação do ciclo de ação
e reação é muito mais elevado e nobre que tentar desfrutar dos
prazeres mundanos. Estar desapegado do gozo das coisas
materiais oferecidas pelo mundo é uma qualidade da alma, e é
possível chegar a este estado trilhando-se quatro rotas distintas:
. Diferenciando o temporário, ou perecível, do eterno, ou espiritual.
. Renunciando ao desejo de recompensas e prazeres temporários
deste mundo e dos planetas superiores (descritos em detalhe nos
Vedas).
. Desenvolvendo controle sobre a mente e os sentidos.
. Cultivando cuidadosamente o desejo de liberarmo-nos.
Como dissemos antes, as escrituras védicas descrevem em detalhe
as diferentes metas da vida e os processos a serem seguidos para
atingi-las. Segundo os Vedas, a liberação é um estado elevado de
consciência, no qual a alma experimenta sua individualidade e
obtém compreensão plena de si mesma. A condição natural da alma
liberada é a satisfação e a plenitude absolutas. Ela vive em estado
de bem-aventurança espiritual, livre do sofrimento e da felicidade
mundanos, sem ter nenhum desejo de desfrutar de algo deste
mundo.
O caminho da liberação

Podemos imaginar tal estado de consciência utilizando um exemplo
material. Imaginemos que acabamos de fazer uma boa refeição.
Relaxados no sofá gozando da companhia da família, nossos
sentidos estão satisfeitos e apaziguados. Por não estarmos
sofrendo, nossa consciência é capaz de viver o momento presente.
Não ansiamos por nada, não fazemos planos em troca da felicidade
no futuro, nem tampouco sentimos falta de algo do passado – só
estamos vivendo o deleite do momento presente e experimentando
o que parece ser a ausência de sofrimento neste mundo material.
Nosso “gerador interno de pensamentos”, a mente inquieta, está
momentaneamente desligada. Quando isto nos acontece, julgamos
estar felizes e em paz.
Este é um exemplo terreno, já que este tipo de satisfação é
insignificante e muito breve, mas este estado é de alguma forma
semelhante ao da pessoa cuja consciência está livre de desejos. No
entanto, a alma que tem a fortuna de liberar-se da escravidão dos
desejos materiais experimenta uma satisfação milhões de vezes
superior e, além disso, a bem-aventurança por ela alcançada é
eterna.

O tempo se subdivide em três etapas neste mundo: passado,
presente e futuro. Em geral, temos dificuldade de viver no
momento presente – é algo bem penoso, já que o presente está
sobrecarregado dos problemas causados por responsabilidades
aparentemente avassaladoras. Somam-se a esta dificuldade as
dores causadas por outras pessoas, por condições climáticas
adversas ou simplesmente por nossas próprias mentes. Sempre
confiamos que em breve seremos muito mais felizes do que somos
neste difícil presente, o que faz nossa mente tramar toda espécie
de planos e sonhos futuros para escaparmos de uma situação que
não nos satisfaz. Nossa mente vive tentando extrair o máximo
possível das coisas materiais e explorar os recursos externos a fim
de obter cada vez mais satisfação. Todos queremos desfrutar – é
algo que faz parte da nossa natureza –, e, ao longo de nossas vidas,
buscamos desvendar o mistério, não só de como fazê-lo, mas
também de como desfrutar a cada momento. Esta é a nossa luta
constante.

As naturezas da mente material e da alma são bastante diferentes.
A mente é apenas um meio para se chegar à alma. A alma não tem
desejos materiais e está sempre feliz, ao passo que a mente é um
poço de desejos. Como neste estado material de consciência
tendemos a nos identificar mais com a mente do que com a alma,
sentimo-nos frustrados quando não logramos satisfazer os desejos
da mente. Somente então, caso sejamos muito afortunados,
começamos a vislumbrar a idéia de que existe uma verdade mais
profunda e, nessa altura, voltamo-nos para o interior, para a luz da
alma.
Observando o tempo

Agora que chegamos a este ponto de nosso desenvolvimento,
deparamos com um conceito surpreendente. As escrituras védicas
nos animam a nos aprofundar mais ainda e a evoluirmos ao estado
de consciência situado além inclusive desse estado aparentemente
alegre de liberação. Na verdade, estar liberado de todos os
sofrimentos é apenas o aspecto negativo da liberação autêntica. O
aspecto positivo é termos a oportunidade de desenvolver um
profundo relacionamento de amor com Deus. Se no estado de
liberação ainda nos julgamos pessoas deste mundo, e não servos
puros de Deus, isso quer dizer que não atingimos nosso destino
final. Esta espécie de liberação é conhecida como “liberação
impessoal”, e por isso não se trata do objetivo mais elevado ao
qual podemos aspirar.

A cessação de todo sofrimento material é o aspecto negativo da felicidade suprema. A felicidade suprema está no despertar de nosso relacionamento original de amor e afeição com Deus. Há inúmeras canções que enaltecem a doçura das relações humanas, contudo, nem as canções nem os fugazes momentos de amor por elas descritos parecem durar muito – e, mesmo que durassem, no final das contas a morte é inevitável. Para sentir-se plenamente
satisfeita, a alma precisa estabelecer um relacionamento mais duradouro.

A experiência da alma ante o gozo causado pela liberação dasdores deste mundo é uma classe de felicidade, mas encontramos uma fonte ainda maior de felicidade a partir do momento em que a alma desperta para seu relacionamento eterno de amor com Deus.
E é uma felicidade sem limites!
Muito além da liberação

Desde o princípio dos tempos, a alma, desesperada, busca amor e afeição. O amor é a força mais poderosa que existe, e todos nós o desejamos saborear de uma forma ou de outra. Queremos não apenas experimentá-lo, como também desfrutá-lo sempre. É algo a que temos direito pelo simples fato de termos nascido. Mesmo que vivamos intensamente, nossa maior necessidade, a de sermos amados, continua sem ter sido satisfeita. O poder do amor é inimaginável. A atração do amor é o elemento mais importante em qualquer circunstância deste mundo. Tudo o mais pode ser eliminado e esquecido ao entrarmos em contato com o amor e a afeição verdadeiros. Se alguém questionar ou desafiar o princípio do amor, terá que aceitar a derrota, porque o amor é o princípio mais autêntico que existe.

A chave para se entender a diferença entre as duas classes de felicidade mencionadas (a liberação impessoal e a devoção por amor a Deus) está em compreender a natureza do amor. A felicidade que logramos ao conseguirmos a liberação impessoal está em terem terminado as desgraças e, estando livres dos
grandes desejos materiais, atingimos um estado de consciência pleno de paz. Isso não pode ser chamado de amor – na verdade, nada tem a ver com o amor. Nesse nível, não há um sentimento caloroso de uma relação amorosa. O mais elevado nível de amor puro e total só pode existir entre a alma e Deus, que são seres eternos.
Que é amor verdadeiro?

O caminho da devoção, ou o serviço amoroso a Deus (bhakti), está descrito em pormenores nos Vedas. Os sábios da antiguidade, os quais compreenderam esta sincera necessidade do ser humano, explicam com clareza como podemos alcançar a satisfação plena unindo-nos com nosso amado Senhor. Na história do rei que queria ver a Deus, ao lhe perguntarem se havia manteiga no leite, ele respondeu: “Sim, mas para tal é necessário seguir um processo.”
Do mesmo modo, se quisermos despertar nosso relacionamento eterno com Deus, deveremos estudar o processo descrito pelos sábios e seguir suas instruções, sem as quais jamais chegaremos a despertar nosso relacionamento espiritual com Ele. Não temos como atingi-lo por nossos próprios meios porque precisamos de uma força que não é deste mundo.
O caminho do amor divino.

Para se caminhar por este elevado caminho, serão necessários o
conhecimento e a força de alguém que já o esteja trilhando, da
mesma forma que uma pessoa, tendo caído num poço fundo, só
pode ser salva por outra que lhe atire uma corda de cima. Só
alguém que conhece e entende estas verdades essenciais da vida
nos pode ajudar a sair de nosso estado de sofrimento. Não há outra
maneira de sair desta confusão. Encontrar tal pessoa deve ser
nossa prioridade máxima. E, tão logo surja o desejo deste encontro
em nosso coração, esse representante de Deus virá até nós. O
único requisito é que o desejo de encontrar essa pessoa seja
intenso o suficiente.
Onde podemos encontrar
esta força

As escrituras védicas descrevem o nome de Krishna como o nome
mais importante de Deus. Krishna significa literalmente “o mais
atraente”. Este nome nos ajuda a entender Sua personalidade.
Apesar de Krishna ser a causa de tudo e a verdade suprema, em
Seu reino espiritual Ele Se deleita com relacionamentos de afeto
surpreendentes com um grande número de amigos e familiares na
mais formosa e encantadora de todas as Suas moradas: Vrindavan.
Estes amigos e parentes eternos O acompanham enquanto Ele
realiza Suas atividades amorosas tão extraordinárias, as quais
cativam por completo a mente e o coração. Tais atividades vêm
descritas em detalhe por grandes personalidades que
testemunham, em suas meditações, os maravilhosos intercâmbios
de amor entre Krishna e Seus companheiros.

Nossa morada eterna está com Krishna no mundo espiritual, onde o
êxtase e a bem-aventurança experimentados não têm limites. Os
que aspiram à liberação impessoal como meta última no fundo
desejam tornar-se o próprio Krishna, mas isso é impossível pela
mesma razão pela qual eu jamais posso me tornar você e viceversa.
A felicidade derivada deste tipo de liberação se centraliza
no próprio indivíduo – sem nenhuma espécie de trocas pessoais –,
daí ser limitada. Todavia, ao estabelecermos um relacionamento de
amor com Krishna com a intenção sincera de servi-l'O, a bemaventurança
que experimentamos é infinita. O objetivo de nossas
práticas é despertar nossa consciência adormecida ou, por outras
palavras, nossa verdadeira natureza como eternos servos
amorosos de Krishna.

Lendo a respeito d'Ele e ouvindo falar sobre Ele, especialmente
pela voz dos que conhecem Suas qualidades gloriosas, vamos
sentir uma inspiração constante de aproximarmo-nos cada vez
mais d'Ele. E, ao chegar a hora da morte, momento em que
teremos que deixar este corpo, poderemos ir ter com Ele para
sempre.
A quem podemos amar e com quem
podemos estabelecer um
relacionamento?

Somos imensamente afortunados pelo fato de o processo para
alcançar este relacionamento tão bem-aventurado na era atual
consistir apenas em cantar os santos nomes de Krishna. Ele
investe todo Seu poder e energia em Seus nomes, bem como nos
possibilita chegarmos a ter um relacionamento totalmente
satisfatório com Ele. Este é um processo transcendental – à medida
que aumentar a nossa fé nele, o poder do Santo Nome irá
iluminando nossa consciência. De fato, somente com o cantar do
Santo Nome podemos lograr qualquer uma das metas descritas
antes. Se você não acredita nisso, tente praticar o processo e
experimente seus efeitos você mesmo. Os nomes de Deus mais
poderosos do mundo são conhecidos como “maha-mantra”. O
cantar do mantra faz iniciar o processo de unir-nos a Deus para
sempre. Este é o mantra:
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama Hare Hare
Se recitarmos este mantra, experimentaremos sem dúvida um
estado de consciência superior. Apesar da recomendação de
recitá-lo em postura e atitude de meditação, recitá-lo ou cantá-lo
em qualquer momento, lugar e circunstância produzirá em nós uma
bem-aventurança que só fará aumentar. O cantar, aliado aos
ensinamentos das escrituras por parte daqueles que já
desenvolveram um relacionamento de amor com Krishna, haverá de
nos imergir irremediavelmente num oceano de amor.
Existem muitos nomes de Deus: Jeová, Alá, Buda, Iavé, Rama ou
Krishna, mas as escrituras védicas nos dizem que Krishna e Rama
são os nomes mais importantes e melhores para se recitar ou
cantar a fim de obter os resultados máximos.
Como meditar

Nosso objetivo na vida é chegarmos a ser plenamente felizes. A
natureza essencial da alma é o desfrute, que procuramos alcançar
por meio de um entre três processos:
* tentando desfrutar ao máximo através de nossos sentidos
materiais;
* buscando chegar à liberação utilizando nossos sentidos mais
sutis;
* despertando nossa identidade autêntica e oferecendo nossos
corações e nosso serviço a Deus, Krishna.
Estes três processos não conduzem ao mesmo destino. Os dois
primeiros caminhos, o de desfrutar com os sentidos corpóreos
materiais e o da liberação impessoal, não têm necessariamente que
nos levar à terceira e mais elevada verdade, que é estabelecer um
relacionamento perfeito e puro com Krishna.
O grau de prazer que se obtém com o primeiro processo é
insignificante se comparado ao segundo. Na escala da felicidade, o
segundo caminho nem sequer conta se comparado à bemaventurança
obtida no terceiro, no qual despertamos nosso
relacionamento de amor com Krishna, que é o próprio Deus.
Evidentemente, isto só se pode compreender por meio da prática.
A informação contida neste livro é apenas uma fração do imenso
conhecimento que integra a literatura védica. Acabamos de fazer
uma descrição bem sucinta, mas, se depois de lê-la você quiser
obter mais informação transmitida pelos santos que se dedicam a
servir a Krishna, este livrinho terá sido um êxito.
Livros como este estão disponíveis em toda parte. Basta você
desejá-los e, como num passe de mágica, logo terá um em suas
mãos.
Conclusão

Arcana-dipika
Beyond Nirvana
Sri Bhakti-rasamrta-sindhubindu
Sri Bhajana-rahasya
Bhakti-rasayana*
Bhakti-tattva-viveka*
Sri Brahma-samhita
Controlado pelo Amor*
Damodara-lila-madhuri
A Essência do Bhagavadgita*
Five Essential Essays
Going beyond Vaikuntha
Guru-devatatma
Felicidade no Paraíso do
Tolo*
Jaiva-dharma
Sri Manah-siksa*
Pinnacle of Devotion
Raga-vartma-candrika
Sri Prabandhavali
Secret Truths of the
Bhagavatam
Segredos do Eu Encoberto*
Siva-tattva
Sri Camatkara-candrika
Livros de Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
* livros em português
Sri Damodarastakam
Sri Gaudiya Giti-guccha*
Sri Gita-govinda
Sri Gopi-gita
Sri Harinama Maha-mantra*
Sri Navadvida-dhama
Sri Prema-samputa
Sri Sankalpa-kalpadrumah
Sri Siksastaka*
Sri Upadesamrta*
Sri Vraja-mandala Parikrama
Srila Bhakti Prajñana Kesava
Gosvami – His Life and
Teachings
Srimad Bhagavad-gita
The Butter Thief
The Essence of All Advice
O Néctar de Govinda-lila*
The Origin of Ratha-yatra
O Caminho do Amor*
Letters from America
My Siksa-guru and Priyabandhu
Venu-gita
Rays of the Harmonist
(periodical)
Para maiores informações, downloads gratuitos de todos os
títulos, palestras de turnês mundiais e outros, por favor, visite:
www.purebhakti.com
Visite, também, nossos sites em português:
www.bhaktibrasil.com | www.gauravani.com.br
Este livro foi impresso
na oficina da ASA EDITORA GRÁFICA / EDITORA KELPS LTDA.
No papel: off-set 75g
e-mail: kelps@kelps.com.br
A revisão final desta obra é de responsabilidade dos editores

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